quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Num jardim cheio de luz

Foi mais uma tarde clara que ela passou deitada naquele enorme gramado verde, onde os dois costumavam se refugiar.
Sentia as borboletas se alvoroçarem no estômago a cada cena que relembrava e assistia, de olhos fechados, como num filme em sua mente.

Olhos verdes e castanhos se encontraram. Os verdes chorosos, se queixando que sua vida mais parecia um filme coreano de quinta categoria, enquanto os castanhos se divertiam, ao tocar sua bocheca com a ponta do nariz e sussurar que se ela quisesse entrar no clima, eles poderiam fugir para alguma das Coréias.

- Você fica uma gracinha de cara amarrada - disse ela em tom de provocação, com as mãos para trás.
Ele esboçou um sorriso e sentou:
- Tu acha engraçado, não é?
Ela chegou bem perto do seu rosto com as doze flores-de-vento que trazia escondidas às costas.
- Acho! - soprou as flores, fazendo se emaranharem no cabelo e nas roupas dele, antes de sair correndo.
O garoto levantou num salto e a alcançou, como sempre. No fim da tarde estavam os dois, feito crianças rolando na grama.

Abriu os olhos e fitou o céu. Gostava de contemplá-lo quando estava assim, azul e limpo; era a imagem que ela guardava dele, imenso e puro, causador de sorrisos a quem quer que se aproximasse.

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