segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Se...

E se alguém, ao olhar fundo em seus olhos, derretesse o que resta de sólido em seu coração? E se um breve sorriso dela iluminasse todo o cômodo? E se sua mão quente aliviasse qualquer dor? E se ele te fizesse rir até sua barriga doer? E se seu dia não precisasse de muito mais que um sms para melhorar? E se seu estomago se enchesse de borboletas descontroladas? E se ao observá-lo dormindo sua única vontade fosse proporcionar a paz que ele parecesse viver naquele momento? E se a mesma voz ecoasse em sua mente, sempre que o mundo parecesse calar? E se você soubesse pra qual número ligar para aliviar a solidão?
E se essa pessoa estivesse a três passos, você a deixaria partir?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Out

Você passa tempo demais longe, mas quando está aqui meu coração fica na tua mão, como massa de modelar.
É crueldade ir e vir.
Vir e ir.
Desaparecer.
Vir.
Tento me impor, dizer que não é assim que deve se tratar o coração de uma dama.
Como se adiantasse.
Basta tu olhar bem fundo em meus olhos e me abraçar que eu perco o ar.

Um… Inspira… Dois… Solta devagar… Três… Inspira…

- Prometo que ficarei mais tempo.
- Não prometa.
- Mas…
- Se agora formos só tu e eu, deixa pra pensar no tempo depois.

[ http://julianarita.tumblr.com - 2months ago]

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Num jardim cheio de luz

Foi mais uma tarde clara que ela passou deitada naquele enorme gramado verde, onde os dois costumavam se refugiar.
Sentia as borboletas se alvoroçarem no estômago a cada cena que relembrava e assistia, de olhos fechados, como num filme em sua mente.

Olhos verdes e castanhos se encontraram. Os verdes chorosos, se queixando que sua vida mais parecia um filme coreano de quinta categoria, enquanto os castanhos se divertiam, ao tocar sua bocheca com a ponta do nariz e sussurar que se ela quisesse entrar no clima, eles poderiam fugir para alguma das Coréias.

- Você fica uma gracinha de cara amarrada - disse ela em tom de provocação, com as mãos para trás.
Ele esboçou um sorriso e sentou:
- Tu acha engraçado, não é?
Ela chegou bem perto do seu rosto com as doze flores-de-vento que trazia escondidas às costas.
- Acho! - soprou as flores, fazendo se emaranharem no cabelo e nas roupas dele, antes de sair correndo.
O garoto levantou num salto e a alcançou, como sempre. No fim da tarde estavam os dois, feito crianças rolando na grama.

Abriu os olhos e fitou o céu. Gostava de contemplá-lo quando estava assim, azul e limpo; era a imagem que ela guardava dele, imenso e puro, causador de sorrisos a quem quer que se aproximasse.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Por uma vida sem tartufice

Ninguém deve reprimir sentimentos, nem fingir virtudes que não possui. Dessa forma é mais fácil manter a vida leve; você não corre o risco de se contradizer e não precisa aguentar o peso de uma máscara.

Há um decreto em Wonderland que trata disso:

DECRETO Nº 629, DE 11 DE MAIO DE 2009.
Art. 1º Se você tem energia sobrando corra, grite, pule, EXTRAVASE, se jogue no mundo;
Art. 2º Se há algo que você não quer fazer, não faça. Não se sinta na obrigação de fazê-lo pelo ‘bem maior’;
Art. 3º Ouça com atenção a música do Skank que diz “se você não gosta dele, diga logo a verdade, sem perder a cabeça, sem perder a amizade”
§ Se você não pode corresponder a um sentimento, a sinceridade é o melhor caminho para evitar que sua vida vire uma panela de macarrão empapado e embolado.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Changes#1

É engraçada essa mudança maluca de preferências.

Em frente à biblioteca, o tal alto, magrelo, galanteador passa por mim. Nem noto.

Mais dois quarteirões e um lance de escadas.
-Hey! hey você! deixa eu me perder nos teu cachinhos?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Por onde anda você, homem sem rosto?

Te procuro de olhar em olhar, de boca em boca e o que encontro são apenas palavras, carícias e sorrisos que não pertencem a ti.
Em meus sonhos vejo você se aproximar a passos leves e lentos, meu coração acelera, suor frio percorre a espinha e quando começo a definir seus traços tudo se esvai! Me vejo caindo num túnel sem fim, quase uma toca do coelho, mas sem armários nas paredes, sem potes de geléia, sem garota de vestido azul. Apenas escuro e frio.
BOMP! De joelhos no chão vejo o coelho negro virar a esquina correndo, cartola e bengala nas mãos.
É sempre nesse ponto que acordo, e distraída com o estranho fenômeno tão diferente e tão semelhante a vida de Alice, esqueço as feições suaves do anti-herói que perturba minhas noites, meus dias, meu viver.

sábado, 17 de abril de 2010

A um amado amigo e seu anjo.

O caminho pro paraíso é fácil, um alívio pra dor.
Difícil é pra quem fica.
Fica a saudade do chorinho na madrugada, dos primeiros resmunguinhos querendo dizer 'papai', da covinha no sorriso que ilumina tudo ao redor.
Fica o vazio; embora o afastamento físico nada diga, quando se pensa nos corações juntinhos.
A saudade martela, mas mando ela ficar quietinha no canto, sem doer.
Vejo meu anjinho, todas as noites em sonho, ele pega minha mão, conta como foi bem recebido por Papai-do-céu, conta que passa a maior parte dos dias voando ao meu lado, me protegendo e me guiando.
Fica a certeza de que o tempo é relativo,que mais hora, menos hora, estarei contigo, trilhando o caminho que começamos em terra, pelos jardins da eternidade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nostalgia #1

Quinta-feira, 15h52min.
Lembrou, como se fosse ontem, da madrugada em que se deparou com ele, também acordado, a observando em silêncio; meio sorriso no canto direito; palavras (não)ditas no beijo que mesclava ternura, receio e desejo.
Tocou de leve seu rosto:
- Trata de ser feliz - ele lhe disse e partiu.

domingo, 28 de março de 2010

Búsqueda

Ela vem procurando, sem saber bem pelo que...
Talvez encontre numa sala de cinema, sozinha, no domingo a tarde;
poderia estar naquele parque, do próximoo final de semana;
quem sabe na fila do banco, ela se depare com algo que faça seu coração acelerar, as mãos tremerem e por alguns segundos se esqueça de como respirar.
Ah, queria tanto esquecer como se respira...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Temporada de caça

Tem gente que se acha esperta demais, digna demais. Mas nem é.
Sabe aquela história de que as pessoas mudam e esquecem de avisar os outros? É bem assim. Num dia diz que vai estar sempre ao seu lado, no outro está com seu bando de hienas rindo as suas costas e custas, no seguinte vem perguntar por que você anda sumida e no próximo volta correndo pra alcatéia.
Deixa estar... é de gente assim que não preciso no meu mundo.
Declaro aberta a temporada de caça às hienas em Wonderland.





Dissimulação: s.f. A ação de dissimular. / Caráter de pessoa que dissimula. / Fingimento, disfarce.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Derrière le personnage

ESTE TEXTO NADA TEM A VER COM DOROTHY.
De um modo geral, não costumo reclamar da vida, não fico por aí dizendo que ela é injusta, amarga e blablabla.
Tenho uma boa família, que soube me impor limites, transmitir valores e nunca me deixou faltar nada.
Tive que dar a cara à tapa e aprender sozinha a enfrentar o mundo, fosse me arriscando ou observando as experiências alheias... desde os estudos, quando criança, até meu primeiro emprego aos 17 ou hoje aos 20. Sempre preferi fazer as coisas ao meu modo e sem ajuda; tenho de confessar que essa não é a melhor decisão, todos passamos por momentos onde precisamos da opinião de quem vê a situação de fora, de uma mão para nos guiar ou amparar quando estamos prestes a cair.
Talvez não tenha o melhor emprego ou salário do mundo, mas, por hora, me sinto feliz e satisfeita com o que faço.
Tenho centenas de conhecidos e poucos amigos. Poucos e bons! Os que estão em Curitiba ou Americana, Blumenau ou Vitória, talvez no Mato Grosso ou nos cafundós da Bahia, estes conseguem me trazer a alegria necessária pra fazer meus dias melhores, me arrancam sorrisos com um abraço, um beijo na testa, uma carta inesperada, uma ligação no aniversário ou uma madrugada de caretas via webcam.
Não bebo, detesto cigarros e nunca provei nenhuma droga ilícita.
A essa altura vocês podem pensar: "oh, que clichê! A garota certinha que procura o lado bom de todas as coisas". Não é bem assim! Não a parte do certinha e tal. Quanto a procurar o lado bom das coisas... é, pode ser que seja isso, eu procuro o lado bom de quase tudo.
Quase. Em meio a essa pseudo-tranquilidade se esconde uma agonia grande, que de pouco em pouco tempo vem me assolar. Acordo em meio a noite e sinto falta de um abraço ao meu redor. Ou naquelas duas ou três tardes de outono que sentei em um parque qualquer e vi sozinha as folhas caindo. Alguns podem julgar isso pequeno, porém é o que mais me aflige, o que mais me incomoda e desespera. Procuro um amor.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

QUIZÁS

Estava apressada descendo as escadas quando nos esbarramos pela primeira vez. Trocamos meia dúzia de palavras e meu olhar se encheu de luz.
O primeiro beijo, eu ganhei ao meio-dia. O sentimento explodiu, era amor (talvez o único verdadeiro até então).
Além de romance, eu tive um amigo, tive um irmão; eu podia voltar a ser criança, descer do salto, correr na chuva, caçar figuras nas nuvens, deitada na grama, num dia de céu azul.
Cada momento juntos me satisfazia e tornava a vida mais feliz. O sentimento só fazia crescer, tínhamos um futuro em mente. E assim foi, dia após dia.
Notei que não estava preparada para acompanhar o ritmo acelerado que o nosso destino (NOSSO! não apenas meu) estava tomando, era o futuro que eu queria, mas me foi proporcionado na hora errada; senti o fim se aproximar e isso me entristecia.
Tive medo de tê-lo magoado demasiadamente, quando o desejo era apenas vê-lo feliz.
Hoje nossos destinos caminham em linhas paralelas; talvez um dia, quilômetros adiante, vejamos surgir uma curva, um atalho, um desvio, que os leve a se encontrar novamente. Só talvez.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

20 de outubro de 2009



É tarde de terça-feira, estou sentada no sofá da sala com meu exemplar de “1984” e cada gota de chuva na vidraça traz à memória o cheiro de grama molhada no quintal da minha avó nas tardes de primavera, 15 anos atrás.
Lembro-me do êxtase espelhado em meus olhos ao ver sol e arco-íris dividindo o céu ao fim da chuva.
Perco o fio do pensamento ao lembrar de nós.
Você costumava ser meu pedacinho de sol, que após uma tempestade desconcertante surgiu e deu forças para me reerguer.
Repentinamente, sem que eu notasse, se escondeu atrás de uma nuvem escura se unindo a este novo temporal, espalhando tudo que havia sido restaurado e deixando uma devastação ainda maior.
Me desesperei e pensei que tudo estava perdido; até que encontrei minha antiga ansiedade ao lembrar que, assim como no fim das chuvas no quintal de minha avó, um novo arco-íris surgirá.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Metamorfose

Nada permanece intacto, idéias, pensamentos, atitudes, tudo é moldado e mudado com o tempo, com novas experiências, novos conceitos.
O discurso que me fez bem horas atrás, não me serve mais. Aquele beijo roubado no parque na tarde de primavera, não tem o mesmo sabor. Hoje me parece tão tolo o blefe para esconder meu sorriso de satisfação dias atrás.
A vida é feita de mudanças, adaptações. Algumas doem mais, berram dentro de nós. Outras passam despercebidas e plaft! Quando você cai em si está feito.
O que nos resta é escolher o que vale a pena ser guardado, mas deixar as opções livres para ir e vir. Assim elas também podem te fazer escolhido em meio a tantas outras histórias, pessoas e emoções.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

One year, Two stories

Um ano passou desde que as contas foram acertadas
Um ano passou desde o primeiro contato
A amizade foi reatada (remendam-se diamantes?)
Uma nova amizade estava ali.
Parecia forte, parecia completo
Foi tudo sendo adubado, e cresceu além do esperado
Um olhar compreensivo, uma bronca, um abraço, sempre na hora certa.
Um olhar compreensivo, uma bronca, um abraço, sempre na hora certa.
Confusão, falta de diálogo, perda
Uma mão segura, a qual eu soube que podia me agarrar sem medo
Perda, dor, vazio
Envolvimento, carinho
Vazio, nada, nada
Carinho que cresce se transforma em amor
Nada, nada, nada
Parceria, cumplicidade, a voz que eu ouvi sem contestar
Nada, vazio, falta
Explosão de sentimento, emoção, sem razão
Fim do orgulho
Momento de uma decisão ser tomada
Reconciliação (remendam-se diamantes?)
Pra cada escolha uma consequência
Creio que diamantes não possam ser remendados
Dor, dor, dor, vazio, falta
Um ano passou, algo mudou?
Um ano passou, algo mudou?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tudo-todo-nada

Havia uma tela azul cheia
Havia pontos laranja implorando atenção
Havia uma caixa de e-mail lotada
Havia um pseudônimo conhecido através de 140 caracteres
Havia status
Havia também a necessidade de um toque, uma porta que não se abria, um telefone que não tocava
Havia uma vida vazia.