terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Brechen Maske

Eu corro, fujo, me escondo na vala mais profunda.
Maquilo meus sentimentos, visto a máscara de garota forte. Convenço a mim e aos outros que superei, mudei, cresci. Passo a acreditar na personagem, viver como ela.
O tempo passa. A máscara cai ao som de uma bela melodia ou no silêncio do meu quarto, durante o café da manhã ou a caminho do trabalho. Irremediavelmente me traz o brilho dos seus olhos, sua risada rouca explode em meus ouvidos, quase posso sentir suas mãos suaves em meu pescoço.
Desta vez o golpe é mais duro. No segundo seguinte, noto que não passou de ilusão. Caio em prantos. A máscara está em cacos no chão. A maquiagem escorre com as lágrimas, deformando as feições firmes que outrora me acostumei a aparentar.
Encaro os fatos!
Durante todo esse tempo, mesmo inconsciente, cada sorriso meu foi por você; ao ler um livro, seu rosto era meu ideal de protagonista; na tarde de compras ou à sombra do ipê na primavera, nas noites serenas e nas mal dormidas, foi sua imagem que me acompanhou.
Hoje anseio pelo momento em que poderei te olhar de frente, notar que o brilho continua o mesmo e, então, dizer que minha escolha está feita; que em você, só em você, eu vejo meu final feliz.

sábado, 26 de dezembro de 2009

SINOPSE


Até então havia um script bem definido.
Uma história onde a protagonista não era ela.
Não passava de uma figurante a circular o cenário, esperando sua deixa para receber um sorriso, um olhar do mocinho.
Ela se cansa dessa espera tola. Resolve fugir, correr para longe.
Surpreende-se, ao tropeçar, poucos passos à esquerda, num cavalheiro, que não é herói nem vilão.
Ele lhe dá a mão, ajuda a se levantar.
Com palavras doces, com sorrisos inocentes, como um raio de sol, ilumina seu rosto.
Ela descobre uma nova história, uma nova aventura,
onde pode ser o que quiser.
Onde pode ser feliz.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

SEM FIM

Penso em cada momento; cada risada (na hora errada); toda a cumplicidade, as palhaçadas, o ciúme infantil, as alegrias. Algo como se nossas almas estivessem ligadas por uma corrente invisível que nos impede de um afastamento definitivo. Penso nos momentos em que desejo me distanciar, expulsá-lo da minha vida. É então que me lembro das palavras certas, da sua coragem de dizer o que eu preciso ouvir e saber que acima de todas as pessoas é você quem eu vou escutar; sua tendência a cuidar de mim e estar presente, mesmo distante, sempre que precisei. Penso nos pequenos (grandes) sofrimentos, nas noites acordada, tentando encontrar, em meio às lágrimas, o motivo que levou a este rumo; seria absurdo fingir que agora entendo, porém posso afirmar que parti em busca da forma certa de amor... Hoje acredito tê-la encontrado... Acredito ser o melhor para mim... O melhor para nós...