terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Brechen Maske

Eu corro, fujo, me escondo na vala mais profunda.
Maquilo meus sentimentos, visto a máscara de garota forte. Convenço a mim e aos outros que superei, mudei, cresci. Passo a acreditar na personagem, viver como ela.
O tempo passa. A máscara cai ao som de uma bela melodia ou no silêncio do meu quarto, durante o café da manhã ou a caminho do trabalho. Irremediavelmente me traz o brilho dos seus olhos, sua risada rouca explode em meus ouvidos, quase posso sentir suas mãos suaves em meu pescoço.
Desta vez o golpe é mais duro. No segundo seguinte, noto que não passou de ilusão. Caio em prantos. A máscara está em cacos no chão. A maquiagem escorre com as lágrimas, deformando as feições firmes que outrora me acostumei a aparentar.
Encaro os fatos!
Durante todo esse tempo, mesmo inconsciente, cada sorriso meu foi por você; ao ler um livro, seu rosto era meu ideal de protagonista; na tarde de compras ou à sombra do ipê na primavera, nas noites serenas e nas mal dormidas, foi sua imagem que me acompanhou.
Hoje anseio pelo momento em que poderei te olhar de frente, notar que o brilho continua o mesmo e, então, dizer que minha escolha está feita; que em você, só em você, eu vejo meu final feliz.

Um comentário: